Orar é mais do que apresentar pedidos. Orar é falar com nosso Pai, partilhar nossos pensamentos e sentimentos, nossas apreciações, dúvidas, problemas, e queixas. Inclui ainda a confissão de pecados, nossa deter-minação de obedecer a Deus, adoração, louvor e agradecimentos por Suas bênçãos e provisões. “Orar é… conversar com Deus e dizer-lhe que o amamos… É bater um papo com Deus sobre tudo que é importante, tanto sobre o que é de pequena monta como o que é vital, com a certeza de que ele nos está ouvindo.”

A oração é uma conversa com nosso Pai do céu e uma oportunidade de passar a conhecê-lo melhor. Se sabemos falar, sabemos orar. A oração não exige vocabulário especial, nem tom de voz especial: fala-se com Deus da mesma maneira que falamos com nossos amigos. Se nos sentirmos mais confortáveis falando a Deus de maneira mais formal, como por exemplo, “Tu”, ou “Vós”, Ele se alegra com isso. Se preferirmos o informal “Você” e um coloquialismo reverente, também isto Lhe agrada, e fica parecido com o grego comum, do dia a dia, em que o Novo Testamento foi escrito. Deus gosta de ouvir nossa voz. Ele se entristece com nosso silêncio.

A. SER ESPONTÂNEO

A disposição de compartilharmos nossa vida com Deus de-pende de nosso coração e atitude. Podemos nos fechar, impe-dindo o crescimento de nosso relacionamento, ou podemos revelar a Deus tudo aquilo que está em nosso coração e mente. Contemos a Deus tudo que está em nosso coração, como faríamos ao abrir-nos com um amigo. Vamos revelar-lhe nos-sas tristezas e alegrias. Falemos-lhe de nosso entusiasmo, para que ele possa equilibrá-lo. Vamos expôr-lhe nossos desejos, para que ele os purifique. Contemos-lhe nossas dificuldades, para que nos ajude a superá-las. Revelemos-lhe nossas tentações, para que nos proteja. Mostremos-lhe a dor que há em nosso coração, para que ele a cure… Falemos-lhe de como nosso amor -próprio nos torna injustos para com o próximo, de como a vai-dade nos leva a ser insinceros, de como o orgulho distorce nos-sa imagem perante nós mesmos e perante os irmãos. Ou seja, procuremos abrir-nos completamente para Deus. Falemos-lhe do que é bom e do que é ruim a nosso respeito, com uma atitude de sinceridade e espontaneidade.

B. SER ESPECÍFICO

Para Deus o que importa não é o número de palavras que dizemos, nem nossa eloqüência. Ao conversarmos com ele, o que vale é nossa sinceridade. É o nos-so coração que outorga credibilidade a nossas palavras. Quanto mais específicos forem nossos pedidos, mais alertas estaremos às res-postas divinas e, consequentemente, mais específicos podere-mos ser em nossas ações de graça a ele.

C. PEDIR DE FORMA CORRETA

1. Pedir

Devemos examinar cuidadosamente nossas necessidades. Se forem sinceras e estiverem de acordo com a vontade de Deus, poderemos então orar com pureza de coração, o que é crucial para que ele as atenda (Tg 4.3). Sempre que estivermos diante de Deus, para lhe pedir algo, devemos responder às seguintes perguntas. Elas ajudam-nos a examinar nossas necessidades para melhor direcionarmos nos-sos pedidos:

a. O meu pedido é justo e benéfico para todos os interessa-dos?
b. Meu pedido está em harmonia com a Palavra de Deus?
c. Equipara-se com meus dons?
d. Contribuirá para minha intimidade com Deus?
e. Qual é meu papel na resposta a esta oração?

2. Buscar

Quando alguém busca, como ordenou Jesus, está se esforçando para alcançar o que deseja. Isso significa que Deus espera que façamos nossa parte, ao mesmo tempo que pedi-mos que ele faça a dele. Por isso, quando Jesus nos ensinou a orar dizendo “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, não esta-va dizendo que devemos esperar que caia maná do céu em nos-so prato. Afinal de contas, as Escrituras declaram que aquele que não quer trabalhar, não deve comer (2 Ts 3.10). O que Jesus estava dizendo é: “Dá-nos a oportunidade de ganhar nosso pão de cada dia.” Deus não abençoa os preguiçosos. A oração sem ação é presunção.

Quando oramos, devemos investir em nós mesmos, exatamente como Jesus nos ensinou na Parábola dos Dez Talentos. Quando investimos em nós mes-mos, recebemos juros e dividendos sobre o investimento e Deus se dispõe a nos dar ainda mais Aquele que muito ora, mas nada faz é semelhante ao agri-cultor que muito planeja, mas nada semeia.” Enquanto não fizermos o que nos cabe fazer, Deus não fará aquilo que somente ele pode fazer. Por isso, ao orarmos, temos de estar prontos a fazer nossa parte.

3. Bater

Se Deus ainda não atendeu nossas orações, ele deseja que continuemos até que a resposta venha ou até que ele mude nosso pedido. Uma coisa ou outra certamente acontecerá. Ou receberemos a resposta ou Deus mudará nosso coração e nossa oração. Não é para nos irritar ou provocar que Deus ordena que sejamos persistentes, ms porque deseja que aprofundemos nosso relacionamento com ele. De-seja que esperemos nele. Ao orar, não desista. Man-tenha uma atitude de expectativa e continue pedindo, buscan-do e batendo.

D. ORAR DE TODO O CORAÇÃO

Ao colocarmo-nos diante de Deus, precisamos fazer o possível para entregar-lhe nosso co-ração por inteiro, e não apenas parte dele. Deus não atende à oração do indivíduo cuja mente está dividida (Tg 1.8). Vemos a seguir como manter nele nosso foco de atenção:

1. Orar Em Voz Alta.

Uma das formas simples de nos concentrarmos é orar em voz alta. Com isso, fica mais difícil perder a atenção. Talvez se sinta pouco à vontade no início, mas logo se acostumará.

2. Anotar O Motivo Que Provoca Distração

Para muitos, o maior fator de distração são os afazeres do dia-a-dia. Para resolver esse problema, vamos ter à mão papel e caneta e anotar cada tarefa que nos vier à mente; assim não precisaremos mais pensar nela. Se continuarmos distraídos, pensando no que temos a fazer, levemos o problema a Deus em oração. As distrações são pro-blemas que precisamos afastar da mente ou levar diretamente a Deus.

3. Manter Um Diário De Oração

Fazer anotações nos auxilia bastante, porque assim nos mantemos concentrados naquilo que estamos fazendo. Há diversas maneiras de empregar essa técnica. Podemos escrever nossas orações no diário, ou anotar apenas as idéias-chaves dos assuntos pelos quais desejamos orar. Podemos ainda anotar os versículos bíblicos que Deus nos mos-trar. Cada um faça da maneira que lhe for mais proveitosa.
Além disso, um diário serve como indicador do crescimento de nosso relacionamento com Deus, ressaltando áreas de cres-cimento, aprimorando nossas idéias e pedidos, servindo como arquivo de respostas recebidas e permitindo-nos descobrir quais são os problemas mais freqüentes de nossa vida.
A incapacidade de entregar o coração por inteiro ao Se-nhor é um obstáculo sério na formação de um relacionamento sólido com ele. Da mesma forma que não podemos ver o re-flexo da lua nas águas do mar se ele estiver revolto, também não teremos o reflexo de Deus em nossa vida, se não aquietar-mos nossa mente. Estabelecer um horário diário, com dedicação exclusiva ao Senhor, por via da oração, fortifica nosso relacionamento com ele de forma poderosa. Esta é a diferen-ça entre bater à porta e correr, e entrar e sentar-se na presen-ça de Deus – o último muda nossa vida.

E. ORAR CONTINUAMENTE

Depois que conseguirmos orar de todo o coração, a oração passará a fazer parte de nossa vida. Em 1 Ts 5.17 Paulo instrui os crentes para que orem sem cessar. O que ele está querendo nos ensinar é que devemos manter-nos em comu-nicação quase ininterrupta com o Senhor durante o dia, da mesma forma que respiramos. À medida que nosso relaciona-mento com Deus se aprofunda, esse processo se torna mais fácil. Os crentes cujas vidas mais re-flete a paz de Deus são aqueles que fazem da oração uma parte integrante de seu viver.